segunda-feira, 17 de março de 2014

Welcome to the jungle!

Uma das peculiaridades de viver na ilha do Bornéu (um dos sítios mais remotos do planeta) é que basta conduzir alguns quilómetros para fora da cidade de Balikpapan para se entrar numa floresta densa onde vivem macacos, lado a lado com outros animais exóticos e tribos dignas do National Geographic!

Como esta zona não é propriamente abundante em indicações, e os mapas e GPS poucas estradas mostram, foi necessário arranjar um motorista para o dia (só os locais conhecem bem os caminhos) e um tradutor de Bahasa Indonésia para Inglês porque os motoristas não são de todo bilingues.

Posto isto, fizemo-nos à estrada! As estradas estão em péssimo estado, pelo que demoramos cerca de 3h para fazer 130km.

A primeira paragem foi na mesquita de Samarinda (ficava a caminho). Particularmente gosto bastante da arquitectura destes edifícios, vistos de longe tem sempre um grande impacto visual. Não entrei na sala de orações, mas tive de me cobrir e descalçar só para andar a tirar fotografias.

De seguida dirigimo-nos à vila de Pampang. Aqui é possível estar em contacto com indivíduos da tribo dos Dayak. Aqueles (do National Geographic) que usam brincos tão pesados que tem orelhas até ao pescoço.

Está comunidade já está habituada a lidar com turistas, mas se viajarmos quase dois dias para o interior da ilha é possível encontrar tribos no seu "habitat natural". Não é aconselhável ir até lá sem alguém que conheça e fale dialecto Dayak, pois estas tribos são conhecidas por serem "headhunters" (caçadores de cabeças), colocando depois os crânios pendurados à porta de casa!
Mesmo ficando só pela zona de turistas foi possível admirar os seus instrumentos de caça e defesa e a sua arte.

A minha pequena "grande" amiga Dayu apresentou-me aos indígenas e estivemos um pouco à conversa. Ainda há conservação de algumas tradições, como a dança ou o artesanato através das gerações mais novas.

Mas como tudo tem um senão, algumas destas pessoas foram já corrompidas pelo poder do dinheiro. A única mulher adulta que vi, exigiu-me uma quantia exorbitante de rúpias para que eu lhe pudesse tirar uma fotografia!!! E ela sim, tinha mesmo orelhas até ao pescoço, carregadinhas de argolas douradas.
Não alinhei no esquema. Se eu cobrasse dinheiro a todas as pessoas que pedem para tirar fotografias comigo aqui na Indonésia já estava rica!!!

A surpresa do dia estava reservada para o final, quando o carro saiu da estrada principal para andar cerca de uma hora em estrada de terra batida até chegarmos à floresta das florestas!
Fechando os olhos por um minuto, pude ouvir pela primeira vez os barulhos da selva: macacos a guinchar, vegetação a mexer misteriosamente, pássaros a atravessar a densa folhagem, algo a arrastar-se pelo chão....

Não era um bom sítio para se passar a noite, por isso avançamos pelo trilho em direcção à Canopy Bridge, ainda com esperança de ver um Orangotango selvagem, mas ainda não foi desta:)

Por entre árvores gigantes e lianas, eis que vemos a construção de madeira de ar muito frágil. A verdadeira ponte à Indiana Jones está estrategicamente colocada a cerca de 30 metros de altura e do topo é possível ver a copa das árvores bem de perto, assim como ter acesso a uma vista panorâmica da selva!
Suei bastante para atravessar a medíocre estrutura de madeira, mas os cabos de aço deram-me alguma confiança!

Tenho noção de que foi das coisas mais arrojadas que eu, Sra. Medricas, já fiz em toda a vida! Senti-me uma verdadeira exploradora:)

quinta-feira, 13 de março de 2014

À descoberta da Malásia

Se havia país que nunca me tinha passado pela cabeça visitar era a Malásia. Mas a proximidade à Indonésia era tanta que era impossível não dar lá um salto;)

A surpresa foi grande. A mentalidade das pessoas não é tão fechada como na Indonésia. É comum ver-se brancos, já não me senti uma extraterrestre como aqui em Balikpapan. Apesar de o governo declarar o país como sendo muçulmano, há mais diversidade de religiões e não é tão radical. Vêem-se algumas mulheres com hijab ou até niqab é claro, mas nota-se uma maior liberdade no que toca a à religião. Já há álcool à venda em mais restaurantes e eu pude andar "normalmente vestida" na rua sem problemas.

Kuala Lumpur, a capital, tem como maior atracção as Torres Petronas. São lindas! Era capaz de passar horas a olhar para elas:) É o edifício mais alto que já vi até hoje, e já foram as mais altas do mundo durante 10 anos!


As Batu Caves foram outro dos sítios a que me rendi:) 272 degraus e um Buda dourado de 42,7 metros de altura guardam um dos mais famosos templos hindus fora da Índia!
O templo está dentro de uma grande caverna com 400 milhões de anos. Enquanto subia os degraus, dezenas de macaquinhos passavam por mim a grande velocidade pois acabavam de roubar comida aos turistas ou porque tinham sido presenteados com bananas que comiam com grande rapidez:)

KL (como é popularmente conhecido por estas bandas) vai também ficar na minha memória por ter sido a primeira vez que andei de monorail (comboio aéreo que se desloca apenas num carril) e por ser uma cidade óptima para compras a muito bons preços. No Bukit Bintang, no Pavillion ou no KLCC as lojas das maiores marcas mundiais abundam a preços bem convidativos. 
Mais uma vez, tive uma experiência positiva de Couchsurfing (para quem não sabe o que é,  consiste em ser alojado sem pagar na casa de alguém que desconheço, apenas com o intuito de conhecer outras culturas).
Um casal do Cazaquistão, abriu-nos as portas da sua modesta casa para que pudéssemos  trocar algumas impressões sobre os nossas culturas. Ignorância minha, nada eu sabia sobre o país deles, nem eles sobre o nosso.
Fiquei surpreendida por serem muçulmanos e modernos (sem nada dessas coisas de lenços e mulheres tapadas). O sabor da comida que provamos era bastante semelhante ao nosso, (finalmente comida sem picante) e fiquei a saber que o desporto nacional dos Kazakhs é o Kokpar (jogadores a cavalo atiram entre eles uma carcaça de ovelha ou de cabra e tentam marcar golos com ela)!

E porque a Malásia ainda tinha muito para dar, apanhamos um autocarro e fomos explorar outros sítios...





domingo, 9 de março de 2014

Brincadeira da semana

Cheguei à ilha do Bornéu a tempo da passagem de ano. Já passaram dois meses. Tive necessidade de voltar a ver um pouco de "civilização".
O bom da Indonésia é que está relativamente perto de tudo o que é país interessante para se ver:)
Assim sendo, uma semana chegou para explorar isto:

Viajar na Malásia é extremamente barato. Compensou bastante ir de autocarro desde Kuala Lumpur até Singapura, com paragem obrigatória em Malaca.

A brincadeira rendeu-me mais uns quantos carimbos no passaporte, e mais um autocolante bonito novamente à entrada da Indonésia.

Viajar é uma experiência demasiado boa que eu adoro, mas desta vez cheguei a "casa" em Balikpapan e quando vi as notícias engoli em seco. Eu estive no aeroporto de Kuala Lumpur no mesmo dia em que o avião da Malaysian Airlines desapareceu dos radares, mas simplesmente apanhei outro voo....

Dá que pensar!

sábado, 1 de março de 2014

12

Um dos maiores prazeres da minha vida é poder partilhar todas estas aventuras com a melhor das companhias!

Telalagan , Bali - Indonésia 

Brisbane, Queensland - Austrália 

Mt. Bator, Bali - Indonésia 

Canggu, Bali - Indonésia 

Canberra, ACT - Austrália 

Perth, WA - Austrália 

Old rain forest, Kalimantan - Indonésia 

Sydney, New South Wales - Austrália 

Santuary Cove, Queensland - Austrália 

Pinnacles desert, WA - Austrália 

Mandurah, WA - Austrália 

Ubud, Bali - Indonésia 

Albany, WA - Austrália 

E sempre que se parta para outra aventura, não esquecer de aumentar o álbum de fotografias :)
28 de Fevereiro de 2014
Torres Petronas, Kuala Lumpur - Malásia